terça-feira, 2 de setembro de 2008

CARTA AOS ESTUDANTES - DCE

Estamos vivendo um momento histórico e decisivo na UNIFESP. Afinal conseguimos que toda a reitoria fosse retirada como exigimos nos movimentos de abril. Através desse processo, conseguimos despertar a comunidade para debates que há muito são necessários.
A rígida estrutura de poder que ainda se faz presente na nossa universidade foi colocada em cheque com a crise institucional criada com a renúncia do reitor e de todo o seu gabinete. Abre-se assim um espaço muito importante discutirmos a organização das relações de poder na nossa universidade. Nesse momento é de fundamental importância a participação de todos, para evitar que uma pequena minoria defendendo interesses particulares fale em nome de todos nós, estudantes da Unifesp.
Há exatamente 40 anos os estudantes de todas universidades federais brasileiras se uniram exigindo maior participação nas decisões internas, conclamando a greve do 1/3. Hoje, o atual modelo de votos com pesos diferentes para eleição de reitor e para representação em órgãos colegiados mostra-se ainda mais conservador e retrógrado. O momento é de pautar uma profunda transformação que irá nos conduzir a construção de uma instituição mais democrática e com maior responsabilidade social. A questão da paridade de 1/3 para todos os setores da Universidade reflete, na opinião dessa diretoria, o meio mais justo de representação, pois a divisão da responsabilidade na condução dos processos de decisão é condição indispensável para garantir que os interesses de uma minoria não se sobreponham aos anseios da coletividade universitária.
Defendemos que a condução do processo seja realmente democrática. Qualquer maioria, nesse contexto, surge como uma imposição autoritária, que pode revelar interesses obscuros.
Nosso dever ultrapassa a questão da paridade, pois temos ainda que lutar contra as fundações privadas com pseudo-caráter de apoio que sugam os recursos da universidade. Estas alegam captar recursos para a universidade, mas somente usam o seu nome para garantir sua sustentabilidade e financiar seus interesses.
Além disso, a expansão da universidade sem ampla discussão, levou a um quadro de significativas deficiências estruturais e uma ineficiente política de permanência estudantil.
Nós, estudantes, devemos assumir a responsabilidade de atuar fortemente no processo de transformação em que estamos imersos. Quando as condições históricas estão colocadas devemos ter a coragem de assumir nosso posicionamento e enfrentar nossos medos e limitações. O momento de construirmos uma universidade mais justa e democrática é esse, não podemos deixar que ele escape por entre nossos dedos.
ASSEMBLÉIA DOS ESTUDANTES - 03/09 ÀS 18 HORAS.

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